|TOPOGRAFIA DESCOMPLICADA| Projeto de Unificação e Divisão de Imóveis

Peças produzidas pelo(a) topógrafo(a) subsidiam cartorários na mudança da matrícula

Ilustração de dois homens, cada um com um questionamento diferente a respeito de seu imóvel. Um olha para a sua fazenda e pensa qual seria a forma justa de dividí-la entre seus herdeiros. O outro está parado em frente à sua loja e pensa em como irá acrescentar na matrícula o terreno que adquriu ao lado
Imagem: Talita Burbulhan

(Essa postagem faz parte da série explicativa “Topografia Descomplicada”, criada para explicar de um jeito fácil os serviços prestados por um(a) topógrafo(a)).

Para os questionamentos dos dois homens da imagem, a topografia tem as respostas. Mais especificamente, o que eles precisam é de um projeto de desmembramento e remembramento respectivamente.

Este serviço garante que a alteração de um imóvel seja feita cumprindo as etapas burocráticas previstas pela lei ??. A mudança pode ser um desmembramento (divisão), quando um imóvel passa a ser constituído por várias parcelas. Ou um remembramento (unificação), quando áreas distintas e confrontantes passam a compor uma única propriedade.

No caso do homem de blusa verde, a divisão em áreas iguais da fazenda entre as(os) herdeiras(os), nem sempre será a mais justa. Isso porque, apesar de as partes terem a mesma metragem, o valor econômico de cada uma pode variar. Em um projeto de divisão, um topógrafo(a) faz uma avaliação qualitativa e quantitativa da área, garantindo equidade na sucessão patrimonial.

Já o homem de blusa azul, precisa de unidade jurídica e administrativa para comportar a ampliação do seu empreendimento?.

Nos dois casos, o(a) topógrafo(a) contratado(a) irá elaborar peças técnicas (mapa, memorial descritivo, ART- Anotação de Responsabilidade Técnica) que atenderão às exigências do cartório ?. Com esse material em mãos, o(a) cartorário(a) consegue fazer a perfeita descrição do desmembramento ou remembramento, dando assim, segurança jurídica ao imóvel.

|TOPOGRAFIA DESCOMPLICADA| Levantamento Planialtimétrico Cadastral

Elaboração de mapa viabiliza uso mais eficaz da área em questão

(Essa postagem faz parte da série explicativa “Topografia Descomplicada”, criada para explicar de um jeito fácil os serviços prestados por um(a) topógrafo(a)).

O Levantamento Planialtimétrico Cadastral representa no papel a mesma perspectiva que se tem ao sobrevoar uma área a centenas de metros de altitude. O resultado é um mapa (analógico ou digital) que com suas escalas e medidas permite identificar as partes planas, as ondulações do relevo e as feições que constituem a propriedade.

Ter esse levantamento auxilia os(as) profissionais que projetam edificações ????? a determinar o volume necessário de terraplenagem. Na construção de hidrelétricas, fornece a base para os cálculos de barragem e do circuito hidráulico. Além disso, viabiliza o levantamento e o planejamento de uso de uma área, obtendo assim uma ocupação mais eficiente do terreno.

Por exemplo, o levantamento planialtimetrico de um propriedade rural permite detectar as áreas planas, que são propícias para plantação?, e as partes declivosas, mais indicadas para reflorestamento. Em um lote urbano, o levantamento pode auxiliar um arquiteto a elaborar um projeto mais condizente com as condições do terreno: ao invés de tapar um buraco, pode aproveitá-lo para fazer uma garagem.

A imagem ilustra o Levantamento Planialtimétrico Cadastral que a Apoio Geomática fez para uma empresa de arquitetura. Com o mapa em mãos, o(a) arquiteto(a) consegue projetar um loteamento. As áreas mais declivosas poderão ser destinadas para reserva ambiental. O que está em verde é região de Mata Atlântica, que terá que ser preservada ?.

Representação de um Levantamento Planialtimétrico Cadastral feito pela Apoio Geomática para uma empresa de arquitetura. O mapa permite que o(a) arquiteto(a) projete o loteamento levando em consideração onde estão as curvas de nível, os banhados, a região de mata atlântica e muito mais.
Imagem: Talita Burbulhan

“Desse mapa pode-se gerar perfis longitudinais e/ou transversais do terreno, de posse do perfil pode-se projetar a rampa das ruas”, exemplifica Flávio Burbulhan, engenheiro agrônomo e responsável técnico da Apoio Geomática.

Topógrafos(as) e pilotos de avião: o Norte que orienta cada um(a)

Azimute magnético estampa as pistas dos aeroportos

Recentemente, falamos sobre três diferentes tipos de Norte: o magnético, o verdadeiro e o de quadrícula. Antigamente, um(a) topógrafo(a) fazia um mapa ou memorial descritivo tendo como referência o “rumo magnético”, ou seja, o norte indicado nas bússolas.

Nessa lógica, um alinhamento com 0º ou 360º indica um direcionamento para o norte, e consequentemente um ponto com 90º, 180º e 270º estará voltado para o leste, sul e oeste, respectivamente. Qualquer outro valor que fuja ao dos pontos cardeais, pode ser estimado traçando um ângulo, no sentido horário, a partir do Norte Magnético, que recebe o nome de Azimute Magnético.

Com o advento do GPS (Sistema de Posicionamento Global) ?, a referência dos(as) profissionais da área passou a ser o norte verdadeiro.

Um setor que ainda utiliza o magnético (e também os outros nortes) é o da aviação ??. Uma evidência disso, está literalmente estampada nas pistas dos aeroportos. Em todas elas, há um número pintado em cada extremidade, que corresponde ao Azimute Magnético da direção de pouso/decolagem.

No Aeroporto Municipal Tancredo Thomas de Faria, localizado em Guarapuava (PR), por exemplo, em uma das cabeceiras está pintado o número 26 e na outra o número 08. Nesse caso, se o(a) piloto decolar pela 08, quer dizer que ele(a) irá levantar voo no sentido leste, mais precisamente a 80º em relação ao norte magnético (assim como está ilustrado na imagem). Ou ainda, se um avião estiver chegando de Curitiba, por exemplo, e a torre de comando orientar que a aterrissagem seja feita pela pista 26, significa que o(a) piloto aterrissará no oeste, mais precisamente no Azimute Magnético de 260º.

Imagem de uma bússola ao fundo e uma pista de aeroporto no primiero plano com um avião decolando
Imagem Talita Burbulhan

Como na aviação esse valores são representados por apenas dois algarismos, uma pista orientada no Azimute Magnético 90º terá a numeração 09, a no 180º terá numeração 18 e a no 270º a numeração 27. Assim como, se uma cabeceira tem numeração 10 (ou seja 100º), a extremidade oposta da mesma pista será igual 28 (280º). Ou seja, entre as extremidades sempre haverá uma diferença de 180º.

O que define qual cabeceira o avião vai usar é a direção da biruta?, naquele momento, porque tanto a decolagem quanto a aterrissagem são feitas no sentido contrário ao do vento.

? EMERGÊNCIA HÍDRICA NO PARANÁ: Saiba quais são as medidas em vigor

O que muda na vida dos paranaenses com o Decreto 4626


Na semana passada (07/05), o Governo do Paraná decretou por 180 dias situação de emergência hídrica em todo o Estado. Devido ao nível dos reservatórios estar abaixo do normal e a previsão de chuvas ?? para os próximos meses ser insuficiente para garantir o abastecimento, o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) estabeleceu medidas de restrição ao consumo de água. O Decreto 4626 ?? possui 10 artigos, saiba o que determina cada um deles:

Foto de uma torneira pingando, com o texto "Emergência Hídrica" ao lado.

ARTIGO 1??: Até meados de novembro, em todas as cidades do Paraná será reduzida a quantidade de água disponível para o consumo humano e para a ingestão dos animais ?.

(ATUALIZAÇÃO: Com relação ao Artigo 1 do Decreto 4626, o cientista ambiental Robertson Wolf informa que regiões onde o abastecimento público for afetado, em decorrência da baixa quantidade de água disponível, as autorgas das diversas atividades poderão ter seu limite máximo de captação reduzido, para atender prioritariamente o consumo humano).

ARTIGO 2??: O Instituto Água e Terra do Paraná (IAT) – criado em janeiro desse ano a partir da incorporação de três Órgãos ambientais do estado (ITCG, Instituto das Águas do Paraná e IAP) – poderá realizar ações emergenciais que atendam às necessidades das empresas responsáveis pelo abastecimento de água. Lembrando que, além da Sanepar, consórcios municipais e uma empresa privada prestam esse serviço no Paraná.

ARTIGO 3??: A quantidade de água disponível para a agropecuária ?, para a indústria, para o comércio e para atividades de lazer poderá ser reduzida. A avaliação para restringir a vazão será responsabilidade do Instituto Água e Terra (IAT).

ARTIGO 4??: Os e as agricultoras ???? terão que tornar mais eficiente o uso da água na atividade agropecuária, assim como restringir a captação dela. A orientação para essas mudanças de comportamento será responsabilidade da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SEAB).

ARTIGO 5??: O Instituto Água e Terra (IAT) e a Polícia Militar do Estado do Paraná (PMPR) ? serão responsáveis por fiscalizar e dar orientações necessárias para quem extrapolar o consumo de água.

ARTIGO 6??: Caso você abra a torneira de sua casa e não saia água ?, pode ser porque as empresas responsáveis pelo saneamento estão autorizadas a interromper o abastecimento por 24h, sendo que o serviço pode demorar até mais 24 horas para regularizar. O prazo do rodízio poderá ser maior, mas caso isso realmente seja necessário, as empresas de saneamento terão que avisar as pessoas e os órgãos de fiscalização.

ARTIGO 7??: Quem não cumprir este decreto poderá sofrer penalidades previstas em lei.??

ARTIGO 8??: A população precisa saber das determinações desse Decreto e ser orientada a economizar água. É obrigação do Governo do Estado fazer a divulgação ? da situação de emergência hídrica e das medidas de enfrentamento a esse momento.

ARTIGO 9??: Para orientar e agilizar a tomada de decisões sobre o abastecimento de água no Estado, durante a situação de emergência hídrica, foi criado um Grupo de Trabalho (GT), com representantes das seguintes instituições:

? Secretaria da Agricultura e do Abastecimento

? Polícia Militar

?Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Turismo

? Defesa Civil

? Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar)

? Associação dos Serviços Municipais de Água e Esgoto (Assemae)

? Fórum Estadual de Comitês de Bacias Hidrográficas

ARTIGO ?: Desde o dia 7 de maio todas essas medidas estão em vigor e permanecerão válidas por mais 180 dias, sendo que este prazo poderá ser estendido se a situação se agravar.

Os Nortes topográficos

Diferentes convenções são usadas para orientação

Em uma planta topográfica poderemos encontrar até 3 orientações referenciadas a nortes distintos: Norte Magnético (NM), Norte Verdadeiro (NV) e Norte de Quadrícula (NQ). Lembrando que o fato do norte apontar para cima ?? e o sul para baixo ??, dividindo o planeta em hemisfério norte e sul, é uma convenção cartográfica.

Meme com dois homens conversando sentados em um sofá. Um deles tenta aconselhar o outro, que não entende a orientação do amigo.
Imagem: Talita Burbulhan

? Explicando cada Norte:

O Magnético é a direção que a agulha imantada (bússola) aponta, sob efeito do campo magnético da Terra, o qual se origina a partir da movimentação do magma ferroso no interior do nosso planeta. O campo formado na superfície terrestre entra pelo Polo Sul Magnético e sai pelo Polo Norte Magnético e faz com que a agulha imantada posiciona-se paralelamente a ele, orientando-se, portando na direção norte/sul

O Verdadeiro é a direção sobre os meridianos de longitude que convergem para o eixo de rotação da terra. Os pontos de secância do eixo de rotação na superfície terrestre definem os Polos Norte e Sul Verdadeiros ?. Ele é determinado por meio de visadas ao sol, ou outras estrelas.

O de Quadrícula é a direção norte/sul após a planificação da curvatura do planeta representada em planta topográfica com projeção UTM (Universal Transversa de Mercator), por exemplo ??.

? A relação entre os Nortes:

O Norte Magnético possui uma distância angular em relação ao Norte Verdadeiro que varia no tempo e no espaço, denominada Declinação Magnética (d). O Norte de Quadrícula possui uma distância angular em relação ao Norte Verdadeiro que varia no espaço, denominada Convergência Meridiana (c).

O GPS fornece altitude em relação ao nível do mar? ?

Sistema GPS e Cartografia trabalham juntos para que a altitude possa ser calculada com maior precisão


De forma direta não, mas indiretamente sim.

Funciona assim: a superfície da Terra ? é definida pela altitude média dos níveis dos mares, chamada Geoide, que não possui uma fórmula matemática que o defina com precisão. A cartografia, por aproximação, considera a Terra como um elipsoide, que possui definição matemática precisa. Essas duas figuras, Geóide e Elipsoide, não se sobrepõem com exatidão. A diferença altimétrica entre ambas é chamada de “Ondulação Geoidal”. Conforme se observa na figura.

Imagem de um relevo e marcado nele três tipos de superfície, a terrestre, a do elipsoide e a do geoide. Na parte de cima, satélites sobrevoam o relevo
Imagem: IBGE

O sistema GPS trabalha a Terra como um elipsoide, calculando portando a Altitude Elipsoidal (h). A cartografia mede, para cada ponto da superfície da Terra, a distância vertical entre o Elipsóide e o Geóide, chamada de Ondulação Geoidal (N). A partir da Altitude Elipsoidal, obtida pelo sistema GPS e da Ondulação Geoidal calculada pela cartografia, chega-se na Altitude Geoidal(H), referenciada ao nível do mar ?.

Instituto ÁGUA E TERRA publica alterações no atendimento devido à pandemia

Extensão de prazos e substituição de vistoria estão entre as mudanças

Desenho de uma máscara de proteção no centro da imagem e um texto curto na parte inferior.

No dia de hoje 24 de abril de 2020, o Instituto Água e Terra, administrado pelo governo do Paraná, publicou a Nota Informativa 06/2020 e a Orientação Técnica 001, ambas referentes a alterações no funcionamento da instituição devido a medidas de prevenção à COVID-19.

? De acordo com a Nota Informativa está suspenso por 60 dias os prazos administrativos de procedimentos que estão em andamento na instituição. Na prática, isso significa que as pessoas que estão aguardando respostas referentes a licenciamentos, renovação de licenças, outorgas, apresentação de relatórios de automonitoramento, atendimento a condicionantes de licenças ambientais, defesas e recursos administrativos decorrentes de Autos de Infração Ambiental, acesso aos autos dos processos físicos terão que esperar até meados de junho para retomar o andamento do processo.

? A Orientação Técnica autoriza a substituição da vistoria realizada pelo analista do Instituto, por um relatório feito profissional habilitado(a). A visita até o local era uma das etapas indispensáveis para o licenciamento ambiental, mas está suspensa devido a orientação de isolamento social.

Charada: o Canal do Panamá e o desnível dos oceanos

Entenda o motivo de haver uma diferença de altitude entre as duas extremidades do Canal

Acompanhe o seguinte raciocínio lógico ?:

?? PREMISSA 1: O nível zero do oceano Pacífico está alguns centímetros acima do nível zero do oceano Atlântico. Essa afirmação é verdadeira ??.

?? PREMISSA 2: O Canal do Panamá foi construído para ligar esses dois oceanos. Isso também é verdadeiro ??.

?? CONCLUSÃO: Portanto, o sistema de eclusas do Canal do Panamá foi feito para balancear a diferença de níveis entre os oceanos Pacífico e Atlântico. O que você acha, verdadeiro ou falso? ?

Antes de dar a resposta, entenda melhor cada uma das duas premissas:

?? PREMISSA 1: A DIFERENÇA DE NÍVEL ENTRE OS OCEANOS. Quem olha para o mapa do planeta Terra, vê que a maior parte dele é coberto por água salgada ?. Há quem acredite que os níveis dessa enorme massa de água se mantêm constantes ao redor do globo devido aos conhecimentos que a ciência tem a respeito dos vasos comunicantes. Esse princípio físico explica que não importa o formato do recipiente que um líquido homogêneo esteja, o nível dos fluidos dentro dele permanecem constante.

Porém a imensidão azul que banha os continentes não é homogênea. A depender do local em que se está navegando a água será diferente e é, justamente, esse o motivo de existirem os oceanos. O Atlântico, por exemplo, é mais denso que o Pacífico. Temperatura, incidência solar, salinidade, movimento das marés, correntes marítimas, composição química da água são características que variam de um oceano para o outro.

Oceano ao fundo e a imagem de um vaso comunicante com dois liquidos diferentes dentro dele

Devido a essas diferenças, é preciso estar atento(a) quando o assunto é a altitude. Lembrando que a definição dela é: distância vertical de qualquer ponto no espaço até o nível do mar. Imagine que uma régua gigante é fixada na beira de uma praia do Brasil, o ponto zero estará no nível do oceano Atlântico. Depois, o mesmo experimento é feito na costa oeste dos Estados Unidos ou no litoral chileno, outra régua gigante é cravada na areia e seu ponto zero está no nível do oceano Pacífico. Se fosse possível aproximar as duas réguas, perceberíamos que a primeira estaria mais baixa que a segunda, mesmo ambas terem sido originadas nas altitudes médias dos respectivos oceanos.

Isso ocorre devido à diferença de densidade entre as águas dos dois oceanos. Como chove mais no Pacífico, porque as cadeias montanhosas da América do Norte e os Andes na América do Sul barram a passagem das nuvens, os sais presentes na água ficam mais dissolvidos, tornando-a mais leve. Tudo aquilo que é menos denso fica mais em cima.

É por isso, que a altitude zero varia no mundo e cada país adota um marco como ponto zero. Abaixo da linha do Equador, no Brasil, como foi explicado na postagem anterior, a referência é o marégrafo do porto de Imbituba, cidade do litoral catarinense ??.

?? PREMISSA 2: O CANAL DO PANAMÁ COMO ELO ENTRE OS DOIS OCEANOS. Criado para ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico com o objetivo de facilitar o comércio marítimo internacional, o canal teve sua construção iniciada pelos franceses em 1881. Atualmente conecta mais de 140 rotas marítimas e 1.700 portos em 160 países.

Os cerca de 80 km de extensão entre uma ponta e outra demora de 8 a 10 horas para ser percorrido. Antes dele existir, os navios viajavam até a extremidade sul do continente americano e o contornavam passando pelo Cabo de Horn, local em que as condições de navegação são bastante adversas.

? RESPOSTA:

Apesar de as duas premissas serem verdadeiras, a conclusão de que O SISTEMA DE ECLUSAS DO CANAL DO PANAMÁ FOI CRIADO PARA COMPENSAR O DESNÍVEL QUE EXISTE ENTRE O OCEANO PACÍFICO E O ATLÂNTICO É FALSA?

Basicamente o funcionamento do canal consiste em ir elevando os barcos até o Lago Gatún, criado artificialmente e situado a 26 metros de altura dos dois oceanos, para logo fazer as embarcações descenderem. Para vencer esse desnível, os navios precisam passar por três eclusas, equipamentos que funcionam como elevadores de água. “A razão, no entanto, de a obra ter sido feito assim, ao invés de um canal totalmente aberto, foi para simplificar a construção. Dessa forma foi reduzida consideravelmente a quantidade de terra a ser escavada”, explica o engenheiro agrônomo Flávio Burbulhan. De fato, um oceano está mais alto que o outro, mas o desnível é de 25 centímetros aproximadamente.

Referências de Nível (RRNN) da Altimetria: você nem nota, mas estão no seu dia a dia

Rede Brasileira de Altimetria está espalhada por todo o território

Você reparou que existem monumentos de concreto e placas de bronze cravadas pelo solo da cidade? Em Guarapuava (PR), por exemplo, na entrada principal da Catedral ?, do lado direito de quem entra na igreja, e na praça em frente à UNICENTRO, no bairro Santa Cruz, estão dois destes marcos ?. Tecnicamente conhecidos como Referência de Nível (RRNN), eles fazem parte da Rede Brasileira de Altimetria.

Mapa de Guarapuava, destacando duas das Referências de Nível (RRNN) presentes na cidade.
Imagem: Talita Burbulhan

Estima-se que existem 69.000 RRNN espalhadas por todo o território nacional. Ao longo das rodovias e ferrovias estão distantes a um intervalo de 3km ou 2km uma da outra. Enquanto nas cidades são encontradas em monumentos históricos, pilares, praças e igrejas matriz.

Cada RRNN nos permite saber a distância vertical daquele ponto até o nível do mar??. Desde 1958, esta medição tem como origem o Porto de Imbituba, localizado no litoral do estado de Santa Catarina. Ou seja, se uma régua gigante ? fosse usada para medir a altitude de qualquer ponto no território brasileiro, a ponta com o número zero sempre estaria colocada em Imbituba, mais precisamente, na Estação Maregráfica (local onde é estudado o movimento das marés naquele ponto da costa).

Ao se aproximar de uma RRNN é possível ler o nome dela. A da Catedral de Guarapuava chama-se “1740 B” e a da praça da UNICENTRO “1740 E”. Com esse dado em mãos, basta acessar, no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Banco de Dados Geodésicos (BDG) para descobrir que a altitude da RRNN 1740 B é de 1.104,2229m e a da RRNN 1740E é igual a 1.102,5916m.

O fato de as medidas apresentarem valores com quatro casas depois da vírgula explica porquê este nivelamento é definido como de alta precisão. A junção das informações de todas as RRNN permite criar um referencial altimétrico de abrangência nacional, que orienta os profissionais da área. Eles conseguem, assim, materializar todas as depressões e elevações do relevo brasileiro.

“Em um projeto de hidrelétricas ao longo de um mesmo rio, as informações altimétricas são muito importantes. Sem elas, corre-se o risco do lago de uma barragem afogar a casa de força rio acima”, exemplifica o engenheiro agrônomo Flávio Burbulhan sobre a importância da rede altimétrica brasileira para a Topografia.

Triângulo 3, 4, 5: matemática aplicada na construção civil

A aplicação prática de um conhecimento desenvolvido por Pitágoras

Quem é do ramo da construção civil sabe que um gabarito bem feito é fundamental para o bom andamento da obra. É nessa etapa que os elementos estruturais do prédio ou da casa a ser construída são posicionados no lote.

Paredes tortas, localização errada de portas ou janelas, tamanhos incorretos de cômodos são alguns dos problemas que podem aparecer, caso o gabarito esteja desalinhado ?. Uma forma de evitar esses e outros prejuízos é com o levantamento topográfico.

Atualmente, profissionais da área utilizam a Estação Total para projetar alinhamentos perpendiculares e paralelos para a construção do gabarito. Porém, sem o uso de aparelhos eletrônicos, uma forma de verificar se a marcação está correta é utilizando um esquadro ?, com proporções 3, 4 e 5 entre seus lados.

Muito conhecido na geometria, o “triângulo 3, 4, 5”, foi estudado por Pitágoras, 500 anos antes do nascimento de Cristo. O que o filósofo grego constatou foi que toda vez que um triângulo tiver o maior dos lados com proporção 5 e os outros dois com proporções 3 e 4, o ângulo formado entre os lados menores será de 90°.

Sendo assim, se um esquadro com tais medidas se encaixa perfeitamente nos cantos do gabarito, significa que as paredes serão perpendiculares, garantindo uma angulação correta para a obra ?. É o que as pessoas da área chamam de “bater o esquadro”.

Na ausência de um serviço de topografia na obra, pode-se construir um esquadro para fazer a verificação do gabarito. ?Veja a seguir as instruções:

Imagem com instrução passo a passo de como construir um esquadro tendo apenas uma corda em mãos. O objetivo é mostrar uma aplicação prática do triângulo pitagórico na construção civil.
Imagem: Talita Burbulhan